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segunda-feira, 28 de março de 2011

FUTEBOLÍSTICAS IX: QUANDO 100 VALEM 1000


Quis o destino que eu não estivesse diante da TV ou mesmo com os ouvidos ligados no rádio para acompanhar um dos momentos históricos do futebol, não só brasileiro, mas mundial. Não é sempre que um goleiro faz gol. Não é sempre que um goleiro faz 100 gols, ou 98, como insistem corintianos e a Fifa. Se eles não aceitam isso, azar deles, porque não há demérito nenhum em reconhecer os méritos de Rogério Ceni, da mesma forma que é azar da seleção brasileira e da Copa do Mundo se nenhum desses 100 gols foi marcado pela seleção numa Copa. Há quem diga que um goleiro fazer 100 gols é o mesmo que um atacante fazer 1000. Eu concordo, ainda mais porque a marca de 1000 gols para um atacante é algo muito difícil de se atingir.
Rogério Ceni pode não ser o melhor jogador a vestir a camisa do São Paulo, mas certamente é o mais importante da história do clube. Embaixo das traves, até existe um ou outro goleiro melhor, mas poucos são tão bons quanto ele. Com a bola parada, seja numa cobrança de falta ou de pênalti, poucos são tão competentes. Entre os goleiros, nenhum. Entre outros ídolos da história do clube, talvez tenha até poucos títulos se considerarmos o número de conquistas e o tempo em que está no clube. Mas, numa época em que jovens precocemente lançados ao estrelato se despedem de seus clubes antes que possam se transformar em ídolos de suas torcidas, ver um goleiro da envergadura de Rogério Ceni comemorar o centésimo gol de uma carreira praticamente toda dedicada ao mesmo time é algo emocionante, mesmo para quem não é um torcedor. A não ser, é claro, para os corintianos. Por enquanto.
Ceni é sempre apontado pela crítica como exemplo a ser seguido, não só no mundo do futebol, mas de toda a dedicação e seriedade que se espera do profissional de qualquer setor. Mais articulado e culto do que a média dos nossos jogadores, líder dentro e fora das quatro linhas, seu grande defeito provavelmente é exigir demais de si mesmo e de seus companheiros. Sempre foi um das figuras que mais respeitei no mundo do esporte. E mais ainda agora que, ao escolher a trilha sonora para seu grande momento, simplesmente pediu ACDC. É a primeira vez que vejo um jogador não pedir pagodes, funks e rebolations da vida. (Ainda há esperança!!!)
Se o São Paulo colocar uma placa em homenagem a ele no Morumbi, será uma injustiça. Diante de tudo o que representa para a história do clube, Rogério Ceni merece uma estátua.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ô, ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR!

© Images.com/Corbis

A única maneira de alguém me ver participando de qualquer evento carnavalesco seria se minha cama criasse pernas e me levasse aos desfiles, aos blocos ou aos bailes. Como historiador, acho o Carnaval uma festa fascinante, mas, na qualidade de cidadão comum (se é que essa definição pode ser aplicada a mim), considero uma chatice essa coisa de desfile, escola de samba, folia e tudo o mais. A única coisa que ainda acho interessante — e apenas como espectador — são os blocos tradicionais. A única vez em que acompanhei algo mais de perto foi quando Anna tentou fotografar o Bloco dos Esfarrapados, o mais antigo de São Paulo, e essa tentativa durou só alguns quarteirões porque o som alto e todas aquelas pessoas gritando do meu lado me deram uma dor-de-cabeça muito forte e que me impossibilitou de seguir o cortejo.
Passei a maior parte dos meus carnavais em eventos da igreja. Já que é o feriado mais longo que temos no ano, é comum aproveitarmos a data para reunir pessoas de vários lugares para confraternização, reflexão e renovação do compromisso. Meus últimos carnavais, contudo, foram dedicados a não fazer nada, embora até tivesse o que fazer. Agora, por exemplo, estou fugindo de um bocado de coisas que precisam ser feitas, mas que estou absolutamente sem vontade de fazer. (Não é uma atitude muito inteligente, já que vou ter que correr para tirar o atraso nos próximos dias, mas não consigo evitar).
Ainda estou tentando me recuperar dos acontecimentos dos últimos meses, fora a correria do trabalho. Só se passaram quatro semanas de aula, mas eu já me sentia cansado como se estivesse trabalhando há meses. Eu realmente preciso descansar. Vamos ver como as coisas vão correr ao longo do ano.

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