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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

OSSOS DO OFÍCIO IX: CEGO GUIANDO CEGOS

© Images.com/Corbis

Fim das férias. Ainda estou cansado e parece que vou continuar assim por um tempo. Mas essa é a minha vida e grande parte da responsabilidade por ela ser assim é minha mesmo. Então, não adianta ficar reclamando.
Começou hoje o processo de atribuição de aulas na rede estadual paulista. E o processo ainda vai emperrar algumas vezes, pelo visto. De qualquer modo, uma coisa é positiva: voltarei a trabalhar à noite. Ainda está longe do ideal por duas razões: (1) vou trabalhar em 3 turnos e (2) minha cabeça funciona bem à noite, mas os alunos geralmente não. Se as coisas continuarem como estão, amanhã ainda posso aumentar a quantidade de aulas por semana para não ter um impacto negativo sobre meu salário.
Digo “se as coisas continuarem como estão” porque existe uma batalha judicial entre Estado, União e sindicatos que é muito complicada explicar aqui (e realmente não tenho vontade, porque quero descansar um pouco a cabeça). O que posso dizer é que esse tipo de indecisão me deixa muito angustiado, ainda mais porque não cabe a mim resolver a questão, mas é a minha vida (e a de sei-lá-quantos professores e uma quantidade ainda maior de estudantes) que está em jogo. E olha que eu me viro bem com improvisos e incertezas. Imagino o grau de angústia de outras pessoas.
Quando me tornei titular de cargo na rede estadual, me disseram que eu não ia mais enfrentar a angústia de não saber se conseguiria ser designado para alguma escola, se teria aulas suficientes para conseguir pagar as contas, se seria mandado para algum lugar mais perto ou mais distante… De fato, boa parte disso é passado para mim, ms a verdade é que continuo seguindo por uma estrada que não sei ainda aonde vai dar, mas que até o momento não tem uma paisagem muito agradável no meio do caminho. E a questão que fica é: se nem eu sei no que vai dar esse caminho, como posso esperar ensinar alguém a tomar decisões?

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