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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CAPITÃO AMÉRICA: O PRIMEIRO VINGADOR (Captain America: The First Avenger) (EUA) (2011)

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Dotado de grande coragem e profundo senso de justiça, o jovem Steve Rogers (Chris Evans) é recusado pelo exército por ser fisicamente incapaz. Mas são essas características que levam o doutor Erskine (Stanley Tucci) a escolhê-lo para ser cobaia numa experiência científica que pretende criar um exército de supersoldados. Apesar do sucesso da experiência, o Coronel Phillips (Tommy Lee Jones) não acredita que um supersoldado sozinho possa fazer diferença na guerra e os burocratas do governo só conseguem vê-lo como uma figura carismática para a propaganda de guerra. Mas o desaparecimento do amigo Bucky Barnes (Sebastian Stan) e a confiança da agente Peggy Carter (Hayley Altwell) colocam o Capitão América no encalço do terrível Caveira Vermelha (Hugo Weaving), líder de uma poderosa organização que se rebelou contra Hitler e pretende dominar o mundo.
Seguindo o padrão de suas últimas produções, a Marvel fez um bom filme-pipoca: enredo simples, linguagem adolescente, efeitos especiais convincentes e boas atuações, a considerar as possibilidades do roteiro e do elenco. Sem inovações e surpresas, Capitão América prova que mesmo uma história manjada pode ser boa se for bem-contada. Aliás, um de seus pontos positivos é exatamente ser um filme simples e despretensioso.
Sempre achei o Capitão América mais interessante como representação do pensamento político americano do que como personagem de história-em-quadrinhos. Aqui no Brasil, temos a tendência a fazer pouco caso e, muitas vezes, tratar com animosidade o patriotismo norte-americano — situação que costumo atribuir, em grande parte, à nossa própria falta de patriotismo, mas essa é uma outra discussão para um outro momento. Por isso, me surpreendeu a dificuldade que foi conseguir ingressos para a estréia, bem como o tamanho da fila que fomos obrigados a enfrentar para entrar na sessão. Meu maior receio era que o filme se tornasse mais um dos insuportáveis filmes-propaganda que volta e meia os estúdios hollywoodianos despejam sobre o mundo. Felizmente, não é o caso.
É claro que um filme sobre um miltar americano com capacidades sobre-humanas e que enfrenta uma organização terrorista que tenta dominar o mundo não tem como ser isento — e essa tal de isenção nunca existiu, mas também é assunto para outro momento. O fato é que Capitão América tinha todas as condições para ser um dos filmes mais panfletários de todos os tempos, mas todo o tradicional discurso sobre os EUA como a última linha de defesa da democracia ocidental está inserido de um modo que faz sentido dentro de todo o contexto filmográfico sobre o papel estadunidense na II Guerra Mundial. A questão é que o cinema-de-guerra americano nunca é um retrato da guerra em si, mas do mito americano sobre seu papel na guerra.
Resumindo, Capitão América é um filme simples e politicamente correto, que consegue ser divertido por não tentar se levar a sério.
Uma última palavra aos que ainda estão pensando em assistir: não se preocupem em ver em 3D. Não existe nenhuma cena que realmente faça valer a pena o preço mais alto.

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